INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GRAVIDEZ

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GRAVIDEZ

A incontinência urinária na gravidez é uma situação comum que acontece devido ao crescimento do bebé ao longo da gravidez.

O crescimento do bebé faz com que o útero vá pressionando a bexiga, levando a que fique com menos espaço para encher e aumentar de tamanho, fazendo com que tenha vontade de urinar mais frequente.

Perder urina quando tosse, ri ou levanta um peso é algo que pode ocorrer com as mulheres grávidas, sobretudo durante o último trimestre da gravidez.

A incontinência urinária de esforço, designação que se dá à perda involuntária de urina que ocorre na sequência de uma atividade ou esforço físico simples, é muito comum durante a gravidez por múltiplos fatores. Fruto da pressão abdominal, das alterações hormonais que modificam a resistência dos tecidos, entre outros, dá-se então um enfraquecimento dos músculos do pavimento pélvico, que sustentam a bexiga e a uretra, originando as perdas involuntárias de urina. Estas podem também surgir depois do nascimento do bebé e dever-se ao próprio parto.

COMO IDENTIFICAR A INCONTINÊNCIA URINÁRIA

A incontinência urinária é uma situação que se manifesta com:

Perda de urina antes de chegar à casa de banho;
Saída de pequenos jatos de urina ao rir, correr, tossir, espirrar ou faz esforços;
Não conseguir segurar a urina por mais de 1 minuto.

Normalmente a dificuldade de segurar a urina passa depois do bebé nascer, mas fazer exercícios pélvicos, contraindo os músculos da vagina é a melhor forma de combater esse sintoma, tendo total controlo da urina.

CAUSAS DA INCONTINÊNCIA NA GRAVIDEZ

A bexiga fica logo acima dos ossos pélvicos e é sustentada pelo pavimento pélvico. A bexiga relaxa e enche de urina, enquanto o esfíncter urinário - estrutura que fica em volta do canal da urina - mantém o órgão fechado até que possa ir à casa de banho.

Durante a gravidez e o parto, os músculos do pavimento pélvico são postos à prova, uma vez que nesta fase, há aumento da pressão sobre estes músculos.

Esforços: Pode acontecer o escape de urina quando tossir, espirrar, fizer exercício, esforços ou rir. Esses movimentos físicos exercem pressão extra sobre a bexiga, o que causa incontinência por Stress. O bebé também coloca pressão extra na bexiga à medida que ele cresce.

Hormonas: As alterações hormonais específicas deste período podem diminuir o tónus e a força da musculatura do pavimento pélvico.

Infeções do Trato Urinário – ITU: A infeção urinária é uma condição relativamente comum durante a gravidez, e entre as suas causas estão as mudanças hormonais e imunológicas deste período. Ainda, entre 30% e 40% das mulheres que não trataram completamente a ITU poderão desenvolver sintomas durante a gravidez. A incontinência urinária é um dos sintomas da ITU.

A ATIVIDADE FÍSICA PODE AJUDAR A EVITAR PERDAS DE URINA

Durante a gravidez muitas mulheres optam por uma mudança dos hábitos sedentários porque sabem das vantagens do exercício físico nesta fase. Desde que não existam contraindicações médicas, a atividade física deve ser realizada.

Às grávidas, tal como à população em geral, são recomendados 150 minutos de atividade física semanais de intensidade moderada.

Deve seguir um plano orientado por profissionais de saúde ou profissionais do exercício físico. Esse plano deve englobar exercícios aeróbicos e treino de resistência, sendo, importante monitorizar e ajustar a prescrição do exercício de acordo com os seus sintomas, desconfortos e capacidades.

Praticar atividade física também contribui para controlar a diabetes gestacional, a hipertensão e para que a mulher não tenha um ganho excessivo de peso que, por si, pode aumentar o risco de incontinência urinária durante a gravidez.

Mas atenção: se já tem perdas de urina, praticar desporto não resolverá a situação.

Manter-se ativa não é suficiente para evitar as perdas de urina, existem perdas, a única forma de resolver a situação é usar os seus músculos do pavimento pélvico nas situações que as desencadeiam. É imprescindível que seja capaz de identificar os músculos do pavimento pélvico, saber como funcionam e treiná-los como a qualquer outro músculo.

TRATAMENTO

As primeiras linhas de tratamento para a incontinência urinária durante a gravidez são mudanças no estilo de vida e controle da bexiga.

Deixo aqui algumas dicas:

Kegel: exercícios de Kegel são indicados para fortalecer o pavimento pélvico. Trata-se de um exercício seguro e eficaz que pode ser realizado antes, durante e depois da gravidez.

Para fazer os exercícios de Kegel, concentre-se nos músculos que usa quando quer segurar a urina.

Para realizar os exercícios deve:

Antes de fazer a primeira vez o exercício, deve identificar os músculos que vai exercitar. Para identificar quais são esses músculos, só tem que interromper o fluxo de urina quando estiver a urinar. Esse movimento é aquele que tem que utilizar na contração. Depois de saber os músculos podemos iniciar então os exercícios.

Com a bexiga vazia, contraia esses músculos (que estão em volta da uretra) durante 5 a 10 segundos (nas primeiras vezes comece com 5 segundos e vá aumentado progressivamente (6, 7, 8, 9 segundos) ao longo dos dias até aos 10 segundos. A partir do momento que conseguir realizar o exercício em 10 segundos, fará sempre o exercício com 10 segundos.
Relaxe, por pelo menos, 5 segundos.

Os exercícios de Kegel devem ser repetidos 10 vezes seguidas, no mínimo 3 vezes ao dia.

O mais importante é ter consciência do músculo que deverá contrair e contraí-lo várias vezes ao dia. Quanto mais exercícios fizer, mais rápido resolverá a incontinência.

Este exercício pode ser feito sentada, deitada, com as pernas abertas ou fechadas.

Não tenha pressa, faça ao seu ritmo!

Aprender a relaxar o pavimento pélvico pode ajudar durante e após o parto.

Para obter resultados consistentes e seguros, estes exercícios devem ser orientados por um profissional de saúde especialista nesta área.

Nos casos mais graves, pode ser preciso ainda recorrer a um aparelho de estimulação elétrica, em que os músculos pélvicos contraem involuntariamente devido a uma corrente elétrica leve e suportável.

Evite ingerir alimentos considerados “irritantes da bexiga” bebidas com gás, café, chá mate, chá preto, sumos e frutas ácidas. Prefira beber mais água, bebidas descafeinadas e alimentos leves, de acordo com a orientação do médico obstetra, nutricionista ou outro profissional de saúde que a acompanhe.

Ingerir pelo menos 2 litros de água por dia, a menos que haja indicação médica para outra quantidade.

Coma uma dieta rica em fibras: Prefira alimentos ricos em fibras para evitar a obstipação, de forma a evitar o aumento o stress/pressão no pavimento pélvico.

Mantenha peso saudável: O profissional de saúde que a acompanha vai orienta-la sobre o ganho de peso ideal para a sua saúde e para a saúde de seu bebé. O peso extra, especialmente em torno do seu abdômen, aumenta a pressão sobre a bexiga. Perder peso após o parto também pode ajudar a evitar a incontinência urinária neste período.

PPROCURAR AJUDA

Apesar de algumas mulheres pensarem o contrário, apenas uma perda de urina é já considerada incontinência urinária, pelo que se esse for o caso, deverá alertar o seu médico obstetra, enfermeiro obstetra, urologista ou médico de família, ou procurar um fisioterapeuta especializado na área da saúde da mulher.

MUITO IMPORTANTE

Uma vez que qualquer alteração no funcionamento dos músculos do pavimento pélvico provocará impactos diretos no SEU bem-estar e na SUA qualidade de vida , adiar a procura de ajuda em caso de perda de urina poderá resultar em disfunções urinárias, sexuais e síndromes de dor pélvica crónica no futuro.

CUIDE DE SI! AO CUIDAR DE SI ESTARÁ BEM PARA CUIDAR DA SUA FAMILIA!

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